O Relato do Pecado (I)

O relato do pecado das origens é muito importante para que entendamos a liturgia. Por isso, agora dentro no terceiro capítulo do Gênesis.

1 Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?


No primeiro versículo, notemos a provocação da serpente. Até nós mesmos que lemos o texto caímos nesta armadilha. Primeiro, ela diz que o ser humano está proibido de comer dos frutos de todas as árvores do jardim. É uma idéia interessante. Quantas vezes interpretamos a proibição de uma coisa como a proibição de todas as coisas.

2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,


3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.

A mulher explica a proibição. Era proibido até tocar no fruto. Estender a mão para ele. Na oração eucarística, nós rezamos que Jesus estendeu as mãos. Ele estendeu as mãos, para cumprir com a vontade do Pai ao contrário de Adão e Eva que estenderam a mão para serem senhores das leis.

4 Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.


5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.


A serpente fala à mulher que no dia em que tocarem o fruto, ou seja, colocarem-se como donos de seus próprios narizes, estabelecendo as regras de suas próprias vidas, eles seriam como Deus. O homem não precisaria mais de Deus para viver. Ele se tornaria a norma de sua própria existência. É um pecado muito parecido como o nosso pecado moderno. Aí entra o aborto, a união homossexual, o amor livre, entre outras coisas. Não precisamos de Deus em nossa vida, pois somos capazes de nos cuidar sozinhos. Este pecado é um grave atentado contra o equilíbrio da relação entre o homem e Deus. O homem deseja estabelecer um alei em rivalidade à lei de Deus.


6 E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.


7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

Neste ponto, o homem se torna pecador. A nudez não percebida, símbolo da ausência de concupiscência, deixa de existir. O homem passa a ter o mal no coração. Ao atentar contra árvore da ciência do bem e do mal, ele também atenta contra a árvore da vida, pois ambas são uma só. Ao ir contra a lei de Deus, o homem vai contra Deus, origem e fonte de sua vida.

Por Fábio Cristiano

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