O Relato do Pecado (II)

Continuando o relato de Gn 3. O ser humano havia descartado Deus da relação. Acreditavam que Deus estava fora da jogada.



8 E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.



Percebendo a presença de Deus, os nossos primeiros pais se esconderam entre as árvores do jardim. Mas, especificamente, entre quais árvores? Pela tradição, ficamos sabendo se tratar das árvores da vida e da ciência do bem e do mal que são a mesma árvore e simbolizam Deus. Quantas vezes nos escondemos atrás da lei de Deus para nos protegermos Dele? Quantas vezes, utilizamo-nos de farisaísmo para dizer que estamos certos quando estamos absolutamente errados?



9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?


10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.


11 E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?



Deus sempre se mostra direto. Ele não perde tempo. O texto também mostra desordem na relação entre Deus e o homem. O homem não se sente mais à vontade perto de Deus por causa do pecado.



12 Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.


13 E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.



O texto prossegue mostrando a desordem nas relações humanas provenientes do pecado. Ao invés d esse assumir a responsabilidade pelos atos, os seres humanos a transferem para outro. O homem acusa a mulher e esta acusa a serpente. Quantas vezes fugimos da responsabilidade por nossos pecados acusando outrem? Quantas vezes atribuímos os nossos pecados ao demônio a fim de fugir de nossa responsabilidade? Pensemos nisto. Esta é a desordem nas relações humanas.



14 Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.


15 E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.



Deus começa punindo primeiro a serpente. Porém o mais interessante neste trecho é aquilo que chamamos de proto-evangelho. Deus promete a salvação por meio de uma mulher que será inimiga da serpente durante toda a sua vida e que a descendência desta mulher haverá de esmagar a cabeça da serpente. Referem-se estas palavras a Nossa Senhora e nosso Senhor.



16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.



O fruto do pecado é a desordem e o sofrimento no mundo da vida humana. A mulher sofrerá nas relações humanas que estabelecer.

17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida.


18 Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo.


19 No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.



A desordem estabelecida pelo pecado não atinge apenas o mundo das relações humanas, mas toda a realidade física. Todo o universo sofre com o pecado de Adão.



20 E chamou Adão o nome de sua mulher Eva; porquanto era a mãe de todos os viventes.


21 E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.



Mesmo com o pecado do homem, Deus não o abandona. Ele ainda cuida de nós. Deus deu ao homem o que vestir.



22 Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,


23 O SENHOR Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado.


24 E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.



Por fim Deus expulsa o homem do jardim. O espaço relacional entre o homem e Deus não mais existe. Mas Deus não envia o homem para a morte. O homem sai do jardim à oriente e oriente significa vida na linguagem bíblica. E assim o homem rompe a relação com Deus ao desrespeitar os termos da Aliança, querendo ser senhor de todas as regras do relacionamento com Deus.

 
Por Fábio Cristiano

0 comentários:

Postar um comentário

 
©2009 Ministério de Música Divina Providência
(Muito) Melhor visualizado no Google Chrome 1280x1024.