1- Uma análise do segundo relato da criação no Gênesis- GN 2,4-25 (I).

4 Tal é a história da criação dos céus e da terra.
5 No tempo em que o Senhor Deus fez a terra e os céus, não existia ainda sobre a terra nenhum arbusto nos campos, e nenhuma erva havia ainda brotado nos campos, porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem que a cultivasse;
6 mas subia da terra um vapor que regava toda a sua superfície.


Assim começa o segundo relato da criação no Gênesis. Fala sobre quando Deus fez o céu e a terra e afirma que não havia nenhuma vida vegetal sobre a terra pelo fato de ainda não existir o homem. Analisando este relato, pode-se concluir que o sentido da vida do homem é dar sentido ao mundo em que vive, cultivando, amando e levando a natureza à plenitude. É um pensamento contrário ao pensamento ecológico vigente que pretende resumir o ser humano a apenas mais uma criatura da natureza. A natureza está pronta, só falta o homem para trabalhar nela. Esta seria uma visão ecológica bem mais adequada ao cristianismo.

7 O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente.

O homem é formado da terra. O termo Adão vem de Adamá que significa barro. Portanto o homem faz parte da natureza. Mas o homem não se resume à natureza. Ele recebe um sopro de vida vindo de Deus. Com isso, pode-se afirmar que o homem não é apenas um ser como os outros na face da terra. É imagem e semelhança de Deus conforme o primeiro relato da criação (Gn 1,26). E o ser humano só se torna algo vivo pelo sopro de Deus. É de Deus que vem a vida. O ser humano é definido por este sopro de vida. A visão bíblica do homem distingue nele quatro partes inseparáveis: a carne, que é a fragilidade do ser humano; a alma, que é a vitalidade do ser humano; o espírito, parte pela qual o homem pode entrar em contato com Deus; o coração, local onde ocorre a conversão a Deus e queda do pecado.

Por Fábio Cristiano

2 comentários:

Bernardo disse...

Ô Fabão! Beleza? Cara, eu não entendi o que você quis dizer com "levar a natureza à plenitude". Não entendi por um motivo que vc mesmo cita: "A natureza está pronta". Bom, se ela está mesmo pronta, o que ainda há pra tornar pleno? Se ainda não é plena, então ela não está pronta, não é?

Eu penso que a terra não precisa do homem, assim como a natureza não precisa dele. Penso que Deus tb não precisa do homem. Mas o homem precisa de Deus, da Natureza, da terra...

Creio que o que o autor quis dizer no versículo cinco é que a origem da natureza não está ligada à uma ação do homem, porque ela o precede. Está na verdade vinculada com a ação criadora de Deus. Acho que a idéia ali é simplesmente dar uma idéia de ordem à criação.

Talvez ele tenha procurado tb dar uma idéia também de que a natureza foi feita para o homem. O que não invalida o fato de que a natureza está melhor sem o homem né. Mas aí também, talvez ela perdesse o sentido..

No fim das contas Deus fez tudo para o homem, deixou ele para o final só para que quando fosse criá-lo tudo já estivesse pronto pra ele. No entanto, a primeira coisa da qual o homem geralmente se esquece é de Deus..

FCR disse...

Caro Bernardo,

Eu estou bem. A natureza está pronta para receber a ação construtora do homem. A tarefa do homem como diz a passagem bíblica é cultivar a natureza, fazer do mundo um jardim. A natureza não está melhor sem o homem. O homem que, desvirtuado, não cumpre com o seu fim. Já é comprovado que o ser humano é capaz d eproduzir grande beleza. Quantas obras de arte nós podemos ver? Na mediad qeu o homem vive uma vida espiritual, ele busca dar um sentido ao mundoi e es te sentido embeleze e plenifica a natureza. Deus nos entregou a natureza como algo inacabado. Cabe a nós fazê-la plena, cheia. Plenitude não significa completude. Por exemplo, as profecias contidas em Isaías 7,14 já eram completas no tempo do rei Acaz, porém só atingiram sua plenitude com o fato do Cristo. Plenitude é chegar ao máximo. Completo é quilo em que não hé falta. A natureza póde ser completa sem ser plena.

Concordo, Deus não precisa do homem. Porém, quem ama não precisa do amado? Quem ama não sente falta do amado? É bom pensarmos em que Deus nós cremos. é um Deus indiferente ou que se importa. Nós somente nos importamos com aquilo de que precisamos. Não no sentido de utilidade, mas de sentir falta, desejar a presença.

Devemos entender que Deus deu o senhorio d anatureza ao hoem afim de que ele cuide dela ea faça crescer...

Até o próximo post!

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