Entenda-se a nível genérico por padres da Igreja todos aqueles que viveram até o sétimo século e deixaram contribuições importantes para a formação da doutrina cristã. No pensamento dos padres da Igreja, a norma do orar devia determinar a norma do crer. As conseqüências disto são claras. Antes de crermos em algo, devemos na oração litúrgica, pedir a Deus que nós venhamos a crer de maneira correta. Devemos crer naquilo que rezamos. Não devemos estudar para crer e, crendo, rezar. O correto é saber em que se deve crer a partir da oração da Igreja. Quantas vezes rezamos levianamente a oração eucarística, achando se tratar da mesma coisa? Quantas vezes nós não paramos para saborear a proclamação da palavra na liturgia, desenvolvendo conversas paralelas ou sendo distraídos? Se nós quisermos saber aquilo em que devemos acreditar, devemos olhar para as orações eucarísticas. Nossa fé é nelas proclamada com força e vigor.
Além disto, o nosso crer determina nossa prática. Pela transformação que a liturgia faz em nós e pela fé que recebemos por meio dela, somos convocados a viver uma vida nova e a construir o reino de Deus que será pleno somente na segunda vinda do Senhor. Portanto, por meio da liturgia, nós recebemos a fé e somos chamados à conversão. Sei que é uma maneira difícil de pensar, pois nosso raciocínio está em outra direção. Por isso, pessoal, peço que vocês se esforcem e peçam a graça de Deus para que todos nós venhamos a nos converter em Igreja de Cristo por meio de sua liturgia.
Por Fábio Cristiano
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